Um trajeto de 32 quilômetros, feito em 20 minutos entre a estação de Gare de l'Est, no centro de Paris, e o terminal 2 do Aeroporto Internacional Charles de Gaulle. Esta é a promessa do governo francês, que pretende construir sem qualquer subvenção pública, uma nova linha de trem expressa entre a capital francesa e o maior aeroporto do país, localizado no subúrbio.
Apesar de atualmente já existir uma linha de trem que liga o aeroporto Charles de Gaulle à Paris (o RER B), a ambição do governo é entregar aos parisienses e turistas uma linha ainda mais rápida, que faça o trajeto sem "stop" . O problema: o preço salgado de 24 euros e enormes trabalhos que devem perturbar a atual linha de trem, que liga o referido aeroporto à Paris ao preço de 10,30€, menos da metade do valor que será cobrado na nova linha.
Se sair do papel, o novo trem expresso deve ser inaugurado antes dos jogos olímpicos de 2024, ao custo de quase 2 bi de euros.
Como funciona atualmente a ligação de trem entre os aeroportos e Paris?
Atualmente, a ligação de trem entre Paris e os aeroportos de Orly (no sul) e Charles de Gaulle (no norte) é feita através do RER B. De Paris para Charles de Gaulle o preço do bilhete é de 10,30€. Já de Paris à Orly, o bilhete custa aproximadamente 12 euros (bilhete do RER + Orlival).
A nova linha, que fará a ligação entre a capital e o aeroporto Charles de Gaulle custará 24 euros, preço considerado salgado entre aqueles que são contra o projeto: "Uma família ou grupo de amigos, cada um pagando 24 euros, o preço da viagem entre o aeroporto e Paris ficaria mais cara do que uma corrida de taxi ou Uber" - argumenta Charles Boyer, que usa com frequência o RER B.
Já entre os que são a favor do projeto, o argumento é que haverá trens direto 24 horas entre o aeroporto e a capital, "Atualmente já existe ligação direta com o RER entre o aeroporto e Paris, mas não são todos os trens, a maioria para em todas as estações durante o percurso, o que deixa a viagem lenta e desconfortável. Apesar de achar 24 euros caro, o novo trem será mais uma opção" - defende a parisiense Brigite Meunier.
Já entre os prefeitos das cidades atendidas pelo RER B o temor é de que os trabalhos de construção da nova linha perturbem o tráfego ferroviário, prejudicando milhões de passageiros. Já a ministra dos transportes, Elizabeth Borne, acredita que o projeto será benéfico também para o atual RER B, já que mais de 500 milhões de euros , segundo ela, serão investidos na modernização da atual linha.
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