Dez meses após o atentado que matou cartunistas da revista Charles Hebdo, Paris revive dias de terror. Desta vez, a cifra foi (até o momento) de 129 mortos e mais de 350 feridos. Os ataques aconteceram na famosa casa de espetáculos Bataclan, no 11 arrondissement da capital, se espalhando pela área central e pelos arredores do Stade de France, na cidade vizinha de Saint-Denis.
As cenas de terror, com vídeos chocantes e imagens de cadáveres pelas calçadas e terraços de cafés foram compartilhadas incessantemente pelas redes sociais, contrastando com a Paris romântica que estamos acostumados a ver. Na sexta-feira, 13 de novembro, Paris, a cidade luz, se transformou na capital das trevas.
Até o momento, a polícia não identificou os responsáveis pelos atentados. Mas o grupo radical Estado Islâmico já reivindicou a autoria dos ataques. Pelo que sabemos até agora, ao menos 6 homens bombas explodiram em várias partes da cidade e um outro foi abatido pela polícia antes de acionar o dispositivo que explode os artefatos. Outros terroristas (não se sabe exatamente quantos) continuam soltos, gerando um clima de pânico e incerteza entre os parisienses.
Desde ontem a noite, a cidade está deserta. A população de Paris continua chocada. Os terraços de cafés estão vazios. Grandes lojas como Sephora, H&M, Printemps e Galeries Lafayette fecharam as portas neste sábado. Museus, escolas, o parque da Disney, o Castelo de Versailles e até a Torre Eiffel também suspenderam suas atividades. Já o metrô está funcionando normalmente, com as algumas estações fechadas e a segurança reforçada. O clima é de medo, até mesmo nos arredores de Paris.
Apesar de todo aparato policial colocado nas ruas após os atentados, inclusive com a presença do exército, a incerteza com relação a segurança continua. Muitas perguntas continuam sem respostas, como por exemplo, como armas de guerra e bombas entraram no país. Especula-se também a origem dos homens-bombas. Notícias ainda não confirmadas indicam que pelo menos 1 deles tenha entrado ilegalmente na Europa através da Grécia, o que coloca em cheque o já frágil controle das fronteiras no espaço Schengen (países na Europa com circulação livre).
Pelo menos neste sábado, 24 horas após os atentados, Paris e seu povo continua sob choque, sem respostas. A sensação é de que o Estado não está conseguindo combater os terroristas e muitos parisienses os quais conversei hoje acreditam que a situação tende a piorar, pois a França é o único país que está bombardeando a Síria com seus super aviões de guerra, considerados os melhores do mundo, mas ineficazes para combater os terroristas sem o envio de tropas terrestres.
Pelo menos por enquanto, o que aconselho aos leitores do blog, inclusive aqueles que estão de viagem marcada à Paris, a não se apavorar e ter calma, pois apesar do clima de incerteza e falta de respostas, não vai demorar muito para tudo começar a se esclarecer. Aconselho ainda, pelo menos nestes primeiros dias, prudência. Evitar lugares públicos e com grandes aglomerações, até termos certeza do que está acontecendo, é uma boa decisão.
O que é certo é que este clima de medo vai passar e, em breve, Paris voltará a ser uma cidade que faz sonhar, mesmo que o pesadelo desta sexta-feira, 13 de novembro, fique gravada para sempre nas nossas mentes e na história da humanidade.
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